Este blog é um espaço de opinião sobre o futebol de hoje e sobre algumas memórias do futebol que vimos e vivemos. O título evoca um programa desportivo de rádio que durante anos foi emitido na Antena 1, às 6ªas à noite. Os ouvintes ligavam e diziam que era um prazer falar no "livre indirecto", era "matemático".
segunda-feira, outubro 30, 2006
Contra a corrente
No meio desta discussão sobre a lesão do Anderson e do palavreado tonto de dirigentes e acólitos, lembro-me do Benfica-Porto de 1980, da perna partida do Alberto depois de uma entrada do Frasco e da linguagem pré-CEE usada na altura. Vinte seis anos depois e ainda somos quem somos. Mas escrevo pela verdadeira razão que me tem apetecido escrever. Sempre que vejo - e vejo muitas vezes - a "Liga dos Últimos" na RTPn e as reportagens da SportTV (creio que a rubrica se chama reportTV) compreendo quão fantástico é o país em que vivemos, quando no meio da vergonha se deixa espaço para as nossas mentes brilhantes fazerem isso mesmo: brilharem. Até há alguns anos, quando assistia aos programas desportivos na tv dos EUA, pensava no atraso em que Portugal se encontrava e julgava-o estrutural, inultrapassável. Achava estranho, porque a vida ensinou-me a respeitar a capacidade, o saber e o intelecto dos portugueses, quando se abre a jaula onde um bando de energúmenos nos insiste em manter. Hoje percebo que era de facto estranho. Há tanto talento aí, há também tanta gente gira e interessante no Limianos - Valdevez ou no Agrupamento - ???. Há dias vi um sócio do Benfica, que me recordo por ter sido o último a votar, creio que na eleição Azevedo/Vieira, que era presidente, roupeiro, treinador e mais de um clube de uma vila respeitável. Cuja mãe lavava o equipamento dos jogadores. E cujas lágrimas espelhavam bem a frustração do esquecimento de tantos. Os "morangos com açucar" da bola jogam-se nos estádios do Euro2004, mas é a "Vila Faia" dos outros campos que nos faz de facto mexer.
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