terça-feira, outubro 20, 2009

Ventspils e outros comprimidos

A Antena 1 tem estado a passar um spot que anuncia que o "Sporting se desloca aos Países-Baixos, para defrontar os holandeses do Ventspils". Em primeiro lugar note-se a preocupação do spot em reconhecer que está a falar para ignorantes, descodificando o conceito de Países-Baixos (embora, claro, haja a hipótese do jogo ser em campo neutro e os holandeses também terem de se deslocar aos ditos Países-Baixos). Como sempre, não há maior ignorante do que aquele que assume uma esperteza superior.
Mas mais interessante, claro, é chamar holandeses aos letões. Quem escreve estas coisas? Quem está encarregue de evitar estas anormalidades? Mas não faz mal, leitões, holandeses, baixos, altos, bósnios... fica tudo para lá.
Isto leva-me à homenagem que quero fazer ao artigo do Ricardo Araújo Pereira - o Gato mais Fedorento -, publicado na Bola de sábado, dia 17 (o meu país é o Benfica). Partilho completamente do argumento - o prazer que me deu ver o Aimar a jogar pela Argentina - e confesso que trocaria 100 títulos de Portugal, por uma Liga dos Campeões para o Benfica. Embora pior, muito pior, seja fingir que "gosto que as equipas portuguesas ganhem quando jogam com os estrangeiros" (força holandeses do Ventspils). Quando o Costinha marcou aquele maldito golo ao Man. United estava num evento público e patriota: se querem saber o que é engolir o próprio vómito, ainda por cima com um sorriso na face...
É claro que gosto que Portugal ganhe e alguns dos momentos mais eufóricos que vivi com o futebol foram graças à selecção. Não me posso esquecer daquelas tardes já longínquas no Jamor a ver as jovens promessas - JVP ou Figo -, os mundiais de juniores com o Queiroz, ou mais recentemente as caminhadas no Euro 2004 e no Mundial 2006. Mas por vezes hesito se não preferia uma cobertura menos histérica e mais racional do Mundial 2010, ainda que isso signifique ver a Bósnia na África do Sul.

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