Fiquei chocado com o tratamento depreciativo dado pela imprensa nacional à "Bósnia" - país, instituições, povo, selecção. Com o habitual intróito, "sem-qualquer-ponta-de-chauvinismo", lá fomos denegrindo uma nação, que só agora emerge das cinzas, que vive ainda atormentada pelo risco eminente de explosão de minas (vide "Michael Palin: a nova Europa) e cuja posição (bem funda) nos rankings de desenvolvimento económico e social deveria ser suficiente para conter a nossa vontade/necessidade de enxovalhar o adversário, independentemente do comportamento de alguns energúmenos.
Infelizmente, esta tem sido a tradição recente no nosso país: um xenofobismo mediático, que é rechaçado pelo cidadão comum, mas que vai fazendo mossa e percorrendo caminho.
Gostava do tempo em que, tal como se dizia num fôlego só - "Estádio de São Luis em Faro" -, se dizia com gosto: "o bósnio Salihamidzic". Espero que este cuidado com os mais fracos não desapareça - o reencontro em condições de paridade está só a uns anos de distância.
1 comentário:
Para variar... não podia concordar mais. Por exemplo, aquilo que alguns meios de comunicação social, como é o caso flagrante da Antena 1 (rádio pública), quiseram inicialmente fazer dos "incidentes" na chegada à Bósnia foi muito mau! A própria FPF apressou-se a deitar rapidamente "água na fervura" e as imagens televisivas provaram que o "clima de guerrilha e intimidação" que muitos propalaram foi na verdade uma pequena aglomeração de curiosos e fãs, com muitos pedidos de autógrafos e alguns "emplastros" de ocasião que aproveitaram os flashes para debitarem alguns insultos nacionalistas perfeitamente normais.
Enviar um comentário