domingo, março 28, 2010

90 minutos em 5 pontos.

Sobre o Benfica - Braga:

1) Lá estive. Achei que o jogo teve uma intensidade rara nos últimos anos em desafios a contar para competições domésticas (onde, em vez de intensidade, temos agressividade, provocação e uma presença excessiva do árbitro). Desta vez senti-me como numa noite europeia, embora no essencial o desafio me parecesse mal jogado, com bastantes erros. Uma vitória merecida do Benfica, mas uma presença do Braga que me surpreendeu.

2) Acho que se confirmou que estamos numa “idade de ouro” no que toca a treinadores portugueses: e eu não sou de embarcar facilmente nestes nacionalismos. Não é fácil de encontrar noutros países esta forma de encarar os jogos que o Mourinho, o Jesus, o Domingos e outros treinadores portugueses (onde incluo o Paulo Bento) exibem. Interessante. Não tenho uma explicação particular, mas na minha experiência no estrangeiro aprendi a perceber que os portugueses são particularmente apreciados pela sua inteligência e postura emotiva (por oposição a posturas mais mecânicas e passivas). talvez seja isso.

3) Como sempre, nos jogos ao vivo fico com uma impressão mais completa do valor individual dos jogadores e, como sempre também, percebo quão influenciável pode ser a nossa percepção das coisas quando deixamos a imprensa, um narrador ou outro qualquer intermediário filtrar a leitura do jogo. Hoje, ao ler a imprensa ou ao ver os resumos, “vejo” jogos diferentes daquele a que assisti: para além de achar triste – triste – triste que a imprensa se sinta obrigada a valorizar o ângulo polémico do jogo (Jesus vs Domingos e lances duvidosos) em vez do ângulo virtuoso, de longe o dominante. Para quando uma mudança de atitude dos nossos jornalistas?

4) Dito isto, achei invulgar a presença constante dos laterais do Benfica (mão de Jesus) e extraordinária a importância do David Luiz (a caminho de um super-grande europeu, não tenho dúvidas). Fiquei surpreendido com a primeira parte do Carlos Martins: muito influente no inicio das jogadas; e nada surpreendido com a amplitude do Javi Garcia: já esteve melhor fisicamente, mas o homem vale 50 metros de largura e 60 de profundidade. Mas para mim o melhor foi o Ramires: pelos tangíveis e intangíveis.

5) O Luisão já tem lugar a estátua. Para quando!?

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