Uma das críticas mais substantivas que os americanos fazem ao futebol (soccer) é a de que é um desporto onde se marcam poucos golos, onde o vencedor se decide tipicamente por um ou dois golos apenas e onde a marcação de golos é extremamente difícil - não estando particularmente correlacionada com o domínio de jogo (muitas vezes decorre de situações casuais, por exemplo bolas paradas - ver post abaixo).
A crítica principal dos americanos não é, por isso, a de "falta de espectáculo" (veja-se que no basebol e no hóquei no gelo também há poucos golos). Na verdade, a crítica principal tem a ver com o papel exagerado que o árbitro acaba por desempenhar na determinação do vencedor. Sabe-se bem quão verdadeiro isto é: um livre mal assinalado, um cartão vermelho estúpido, um penalty inventado - e pronto o jogo fica decidido. E os americanos - tão reticentes à intervenção de entidades exteriores e tão amantes do mérito individual - não compreendem este poder desmesurado atribuido ao juiz.
Note-se que isto não é necessariamente um apelo à ideia da "verdade desportiva". Trata-se apenas da constatação de que este é um desporto com uma concepção deficiente, onde a qualidade de jogo nem sempre é recompensada e onde as regras prevêem penalizações desadequadas.
Isto tudo para dizer que: sim, o Benfica tem jogado bem; sim, até tem merecido ganhar; mas em quase todos os jogos fiquei com a sensação de que sem o empurrãozinho do juiz o mais certo era não ganhar (vide Guimarães, Leiria e agora jogo com o Leixões). Em contrapartida, contra o Marítimo o domínio foi avassalador e o resultado foi o empate.
A pergunta é: está o Benfica a ser levado ao colo ou não?
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